No Estado do Alabama, os jornalistas podem assistir à execução dos condenados à morte. Aglomeram-se em prol do relato dos últimos momentos, provavelmente estertores, dos marcados para a injeção letal.
O país que tem no dólar a inscrição IN GOD WE TRUST fazem tábua rasa do quinto mandamento da Lei de Deus – Não matarás- e organiza a morte dos filhos de Deus, dado que segundo os ensinamentos de Deus os homens e as mulheres são criação sua.
Na passada quinta-feira, 28 de julho, era o último dia de Joe Nathan James Jr. Cumprindo os procedimentos adequados ao cerimonial foram chamados os jornalistas e com todos na sala, o encarregado de zelar pela correção dos procedimentos interpelou uma jornalista do Alabama Local News, Ivana Hrynkiw Shatara, para a impedir de assistir à morte do condenado por ter a saia curta.
Ivana respondeu que nas vezes anteriores levaRa aquela saia e ninguém lhe disse para sair do local.
Nada demoveu o encarregado de zelar pela correção dos procedimentos. Um colega de outro jornal do Birmingham News emprestou à jornalista uma gabardine que lhe tapava as pernas.
O encarregado constatou que as pernas estavam tapadas como mandavam os regulamentos, só que os saltos dos sapatos eram demasiado altos e à frente estavam abertos e viam-se os pés.
De acordo com estes procedimentos regulamentares saltos altos e pés à vista para além de saias curtas são desconformes com o exigido para assistir em direto à morte de um condenado.
Talvez as pernas de uma mulher perturbassem o carrasco, e se não fosse as pernas talvez os pés. Na verdade, um homem que se especializa a matar outros homens, se perturbe com tudo e com nada, quanto mais com as pernas e os pés de uma jovem mulher. E pelos vistos o próprio encarregado de zelar pela integridade do traje adequado a tal cerimonial se sentia transtornado e, em vez, de olhar para onde devia, olhava para onde não devia.
De tal forma assim é que para evitar perturbações na mente descontrolada dos homens, segundo as doutrinas religiosas, as mulheres devem estar devidamente escondidas nos farrapos que os homens lhe impõem, neste caso no Estado do Alabama, um dos 51 Estados do país que se apresenta como líder do mundo livre: atenção livre, livre, menos nas pernas e nos pés. Amen.
O Chocalho 
Quando é que os EUA , assim como outros Estados, acabarão por ilegalizar a pena de morte? Há crimes hediondos que merecem a mão pesada da justiça. Mas está provado que a pena de morte não tem a força dissuasora desejada. E a ninguém assiste o direito de matar quem por sua vez havia matado. Pesadas penas, sim, a começar pelos 25 anos de prisão até à prisão perpétua. Os penalistas que apresentem propostas, contendo elementos educacionais e de trabalho com vista à reabilitação do carácter e do comportamento para eventual futura reinserção social, com base nos seus conhecimentos na matéria. Ou de internamento para tratamento psiquiátrico, se for caso disso.
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Obviamente contra a permanência da pena de morte nos códigos do Direito Penal.
Mas dito com ironia tem outra força.
Na mouche.
Continua…
ab
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