Há setenta e sete anos os Estados Unidos reduziam a cinzas nucleares a martirizada Hiroshima.
Por ordem do Presidente Harry Truman a Força Aérea bombardeou Hiroshima e Nagasaki com uma bomba atómica em cada uma delas arrasando as duas cidades e matando mais de duzentas mil pessoas.
Os dirigentes dos Estados Unidos friamente tomaram a decisão, com o Japão derrotado a todos os níveis, de sacrificar, no altar da sua hegemonia mundial, a vida destas centenas de milhares de japoneses.
Até hoje os dirigentes ocidentais nunca se referiram aos autores destes dois crimes como sendo passíveis de serem julgados por crimes contra a Humanidade. E matar com duas explosões atómicas mais de duzentas mil pessoas é realmente um crime sem perdão que os media dão nota como sendo algo de certa forma aceitável para derrotar o Japão, já de gatas.
Tratou-se de uma ação militar para intimidar a URSS e de afirmação do seu domínio militar que como se sabe durou pouco tempo.
De então até hoje as bombas atómicas são brinquedos comparadas com o poder destrutivas das armas nucleares hoje existentes.
Uma coisa é absolutamente certa – enquanto não for travada a corrida às armas nucleares a Humanidade estará a cada segundo da sua existência à beira do perecimento.
Como pode a inteligência humana tornar-se na mais estúpida realidade? Como pôde o animal que abandonou o andar a quatro, que se ergueu nos pés, caminhou pelo mundo, evoluiu, sonhou e chegou agora infamemente à vã glória de ter o poder de destruir toda esta fantástica caminhada engendrada pelo homo sapiens?
Quando o poder das armas fala mais alto que a razão, a bondade e os sentimentos humanos, como vemos na Ucrânia com a ameaça de carregar no botão da destruição; quando há um país que não sendo sequer capaz de assegurar a paz interna nas suas fronteiras quer impor ao mundo o seu way of life , quando as guerras dilaceram o mundo em todos os continentes, só a inteligência e a determinação dos cidadãos e dos povos do mundo inteiro podem fazer frente a este perigo louco que nos ameaça a cada instante. No braseiro nuclear todos morrem em igualdade de circunstâncias – empresários, trabalhadores, religiosos, ateus, artistas, mulheres, crianças, idosos, todas e todos.
É, por outra banda, positivo que as opiniões públicas se atemorizem com a hipóteses de uma guerra nuclear, mas não sintam que têm o poder de a impedir. E é pena que os media não façam sua esta nobilíssima causa.
Não há uma única arma nuclear boa nem em boas mãos. Todas devem ser banidas, todas sem a menor exceção na Rússia, nos EUA, na China, na França, no Reino Unido, na India, no Paquistão, na Coreia do Norte e em Israel.
Que o exemplo de Nelson Mandel ilumine o mundo, com ele a África do Sul desnuclearizou-se.
Que as centenas de milhares de mortos de Hiroshima e Nagasaki sirvam de testemunho para impedir a guerra nuclear e que ninguém esqueça quem as fez deflagrar.
Se os detentores das armas nucleares declarassem que nunca seriam os primeiros a usá-las o mundo respiraria de alívio. Que o mundo se mova e o imponha aos fanáticos do belicismo.
O canal Arte, que é acessível em Portugal pelo servidor da NOS, dedicou a passada 3ª ao tema da guerra nuclear, abrindo com um instrutivo doc sobre o bombardeamento atómico de 6 de agosto de 1945 – Hiroshima, la véritable histoire – Regarder le documentaire complet | ARTE
Vale a pena ver, bem como os dois outros docs sobre os riscos “acidentais” que ocorreram em centrais militares nucleares.
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A humanidade está há muito refém das bombas atómicas. Desnuclearizar seria um imenso passo em direcção à paz.
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