Passos Coelhos – o Transformista

Passos Coelho teve de descer à terra( noblesse oblige, eleições) e na viagem de São Bento ao chão de Portugal a aterragem não está a correr nada bem.

Passos Coelho escreveu uma carta a pedir para a troika vir. Repete-se – pediu para a troika vir – e quer nesta fase de pré-campanha alijar as responsabilidades de conjuntamente com o PS de ter perdido para vir… Claro que o Primeiro-Ministro era José Sócrates, mas o Dr Passos Coelho sonhando com o cargo de Sócrates deixou bem explícito que a queria no país. Ele e o Sr Dr Portas.
De um tiro matava dois coelhos: chamava a troika e criava condições para em nome da troika fazer tudo o que o seu programa ultra liberal lhe pedia.

Escondeu o programa e jurou com aquele ar de meio sério, meio compungido que não tocava nos salários, nem nas pensões, nem nas reformas. Esquecem-se?

Passos Coelho dá-se agora ares de indignado e proclama que ninguém gosta de cortar por cortar. Que foi obrigado a cortar.

Di-lo agora, mas ninguém pode esquecer o seu ar sério e lampeiro a dar lições sobre os portugueses a viverem acima das possibilidades e que tinham de empobrecer e trabalhar em dias que eram antes feriados.

Quem não se lembra a rotular de piegas os que não queriam emigrar… Quem esquece?
E só a impossibilidade de continuar fechado em São Bento é que o levou a descobrir que seria o primeiro subscritor para angariar fundos para recorrer aos tribunais de um ato que aplaudiu…

Passos Coelho, o homem que se esqueceu que havia descontos para a Segurança Social na Tecnoforma, que não quer que lhe falem de Dias Loureiro anda por aí a falar de fantasmas, como se não fosse ele o responsável por tudo quanto se passou nos últimos quatro anos.

Ele gabou-se que queria empobrecer os portugueses e empobreceu-os. Ele garantiu que empobrecia os portugueses para diminuir a dívida e ela aumentou substancialmente.

Ele foi o único governante que conseguiu que o PIB fosse menor quando acabou o seu mandato que quando o iniciou.

Garantiu que o BES era só saúde e implodiu.

Ele e a Sra Dra Maria Luís garantem ter os cofres cheios, mas nos hospitais em Janeiro não têm sequer macas e tiram-nas aos bombeiros. E uma em cada quatro crianças não tem comida.

Este homem não tem vergonha, nem cura. Anda escostadinho a Paulo Portas por necessidade de sobreviver e poder continuar a levar a cabo o empobrecimento dos portugueses e de Portugal. É isso o que os une.

Se continuar como Primeiro-Ministro vai alegar que pode fazer o que quiser e sem freio nos dentes. Que foi o mandato que lhe conferiram. Reparem: não tem sequer programa. Promete apenas melhorar a vida dos portugueses depois de a infernizar.
O programa de Passos Coelho é continuar a privatizar tudo e ir liquidando o Estado Social a pontos de o desacreditar diante da população e tornar-se uma caricatura que não serve a não ser para os sem – abrigo.

Não lhe falem depois nos escândalos, nem do Relvas.

Falem-lhe dos credores internacionais, do sistema financeiro, das concessões, das privatizações e do plafonamento da Segurança Social; mas não do Dias Loureiro, nem do Duarte Lima, nem do BPN.

Que homem é este que durante quatro anos foi um e nos últimos três ou quatro meses se quer transformar no que não foi, no que não é e no que não será.
Afinal o povo português terá de ir ao fundo da sua consciência e perguntar: é para isto que servem as eleições, para que nos ceguem e fiquemos sem vista, mesmo podendo ver?

No dia quatro há que escolher. Que ninguém diga que foi enganado. Às vezes queremos ser enganados só para não ter de enfrentar a realidade. Agora cabe ao povo português fazer Passos/Portas enfrentar a realidade.

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